Omega Calibre 30T2

Bom dia,

Veio parar às minhas mãos um Omega, que pertenceu ao meu avô, bastante mal tratado. Gostaria de conseguir identificar este modelo e de tentar restaurá-lo. O calibre é o 30T2 pois está identificado no próprio movimento, mas já procurei por relógios com este calibre e não encontro nenhum que seja igual. Já encontrei alguns muito parecidos, mas este em particular tem as horas em itálico e todos os que encontro não têm. Alguém que me consegue ajudar a identificar este modelo?

Gostaria também, se possível, que me recomendassem alguma oficina que possa restaurar este relógio. Ainda sou novo nesta coisa dos relógios mecânicos e nunca recorri a nenhuma oficina, pelo que não faço ideia por onde começar.

Aqui ficam algumas fotos do relógio tiradas por mim:

Vives onde? Se for em Lisboa, temos aqui no Fórum o nosso Companheiro Girão e eu aconselho também a Relojoaria Portuguesa, na Av. Julio Diniz, na qual tenho total confiança e os preços são muito razoáveis.

Mais logo vou consultar os meus livros a ver se te consigo dizer algo sobre ele.

Abraço

Vivo no Porto. Alguma coisa conhecida por aqui?

Abraço

Olá Pedro,

Tens aí um relógio muito interessante e especial pela historia associada ao teu avô!

Vou partir o meu comentário em 2 partes.

1. Informação: o relógio é um tipico 30t2 (mecanismo muito popular entre entusiastas da Omega) dos anos 40, e nessa altura não havia 'modelos' propriamente ditos. Os relógios eram distinguidos por números de referencia que tinham a ver com o mecanismo, tamanho, formato de caixa, material etc.. Logo dificilmente encontrarás muita informação sem saber bem o que procurar. Mais, essa referencia na Omega dessa época estará no interior da tampa traseira e poder-a ser um numero de 4 dígitos ou mais.
Eu já vi um ou outro com esse estilo de numeração no mostrador, mas não me lembro se era Omega ou outra marca.


2. Restauro: Há diversas maneiras de abordar isto, e cada um é que sabe o que quer dum relógio. Por norma, nos dias de hoje, as pessoas têm muito cuidado em restaurar esteticamente os relógios antigos/vintage. Ou seja, é quase sempre melhor deixá-lo no estado em que se encontra pois é um sinal da vida que viveu, mantendo-o 'honesto'. Além de que, em certos casos, um restauro pode afetar negativamente o valor colecionavel (e monetário) de uma peça.

Percebo que o queiras restaurar, para ficar bonito etc, mas pessoalmente, eu deixava como esta. Apenas uma revisão ao mecanismo e limpeza geral. Gosto do aspeto dele mesmo já estando bastante gasto, está original. A caixa também está em excelente estado e não tocava nela (pelas mesmas razões explicadas acima).

Dito isto, o relógio é teu, e tu é que o vais usar, por isso a decisão final será tua.

Quanto a relojoeiros no Porto, não sei indicar. Mas temos muitos membros daí que espero possam ajudar mais.

Vai nos mantendo atualizados!

Abr

Olá Lourenço,

Obrigado pela resposta. Vou esperar que alguém aqui para estas bandas me dê umas dicas sobre onde poderei restaurar a peça.

Quanto ao restauro propriamente dito a minha ideia sempre foi mantê-lo exactamente como está! Não tenho interesse em pô-lo como se fosse novo, mas sim em pô-lo a funcionar. É que neste momento o movimento nem sequer funciona, além de que os ponteiros das horas e minutos precisam de ser trocados, pois estão todos "tortos". Mas estou mesmo com vontade de conseguir ver o relógio a funcionar e pensar que o meu avô, que eu nunca cheguei a conhecer, usou este relógio há mais de 70 anos!

Um abraço,
Pedro

Dá para ver que tens o "A Man & His Watch!" Excelente leitura e grandes fotos!

É verdade. Um livro bem interessante

lightandtime escreveu:É verdade. Um livro bem interessante

Sim, um livro diferente e extremamente interessante, acho que é um "must have" em qualquer biblioteca de "watch guys"

Um belo relógio.

Nessa altura a Omega deve ter lançado dezenas de mostradores diferentes e, por vezes, encontrar um igual é tarefa impossível

Eu também não mexia nem no mostrador, nem na caixa. Parece velho porque é velho e é assim que deve ser. Eu próprio já tive melhores dias

Para mexer está sempre a tempo, depois de mexer não há volta a atrás e, na minha opinião, os restauros ficam sempre uma merda (pardon my french)

Quanto ao relojoeiro no Porto, contacte-me por mp. Tenho dois ou três bons contactos

lightandtime escreveu:Olá Lourenço,

Obrigado pela resposta. Vou esperar que alguém aqui para estas bandas me dê umas dicas sobre onde poderei restaurar a peça.

Quanto ao restauro propriamente dito a minha ideia sempre foi mantê-lo exactamente como está! Não tenho interesse em pô-lo como se fosse novo, mas sim em pô-lo a funcionar. É que neste momento o movimento nem sequer funciona, além de que os ponteiros das horas e minutos precisam de ser trocados, pois estão todos "tortos". Mas estou mesmo com vontade de conseguir ver o relógio a funcionar e pensar que o meu avô, que eu nunca cheguei a conhecer, usou este relógio há mais de 70 anos!

Um abraço,
Pedro

Tortos, tens a certeza? Não parece nada pela foto. Se queres dizer que na ponta estão 'entortados' para baixo, isso é muito comum em relógios desses com ponteiros assim, para conseguirem ir mesmo até à borda do mostrador sem tocar no vidro...

Pf confirma, pois seria uma pena perder esses ponteiros...

É isso.
O meu Junghans max bill tem as pontas reviradas e creio que o Tudor Black Bay também.

Fica provada a minha ignorância sobre relógios vintage. Não fazia ideia que era normal os ponteiros terem as pontas viradas para baixo!