Anõnimo | Open Heart | 1810 | Ouro 18Kt

Mais uma extraordinária peça que chegou para a colecção.

É um relógio anónimo, fabricado entre os anos de 1800 e 1810 na Suiça, em ouro de 18Kt. 

Pequeno mostrador às 6  com horas e minutos, mostrador às 9 com dias do mês, janela protegida por vidro às 12 com o galo e o volante do balanço à vista (nunca tinha visto um relógio com esta característica com esta idade, atrevo-me a dizer que é dos primeiros Open Heart fabricados) e uma bela pintura rupestre às 3 horas.

O mecanismo é qualquer coisa de inédito, está plenamente funcional e parece que foi fabricado ontem e não há mais de 200 anos.

É uma fabulosa peça de museu, absolutamente imaculada não tem um único risco, dano ou amolgadela é das peças de relojoaria mais extraordinárias que vi. É para mim um orgulho enorme ser dono desta maravilha.

Apreciem-no. Fico a aguardar os vossos comentários.

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"Um coleccionador é um fiel depositário da História e de histórias"

É de facto uma maravilha @floijdt! Muito belo! Parabéns por mais essa aquisição! Qualquer dia abres um museu e lá vamos nós todos em romaria visitá-lo! 

Mas onde raio encontras tu essas peças? Bom, só pode ser nos leilões e casas de antiguidades, certo? 

Satisfaz-me três curiosidades, pf:

- Como sabes que é desses anos em concreto, ou seja, qual o indício, para além dos materiais e do ar do relógio? É o movimento que te dá essa indicação?

- Aquela agulha no movimento, tão grande, é a regulação do relógio, certo? Porquê tão grande amplitude? Não é usual!

- Ao fotografares o relógio aberto, com o movimento para cima e com o vidro do mostrador retirado, estás a pôr o mostrador e ponteiros para baixo, ficando o peso do relógio em cima deles, certo? Não tens medo de estragar? Ou está-me a escapar alguma coisa? 

Mais outra peça extraordinária, @floijdt. Parabéns.

Estava a olhar para as inscrições na platina a ver se conseguia perceber alguma marca, mas afinal diz "Avance" "Retard"

JPP escreveu:É de facto uma maravilha @floijdt! Muito belo! Parabéns por mais essa aquisição! Qualquer dia abres um museu e lá vamos nós todos em romaria visitá-lo! 

Mas onde raio encontras tu essas peças? Bom, só pode ser nos leilões e casas de antiguidades, certo? 

Satisfaz-me três curiosidades, pf:

- Como sabes que é desses anos em concreto, ou seja, qual o indício, para além dos materiais e do ar do relógio? É o movimento que te dá essa indicação?

- Aquela agulha no movimento, tão grande, é a regulação do relógio, certo? Porquê tão grande amplitude? Não é usual!

- Ao fotografares o relógio aberto, com o movimento para cima e com o vidro do mostrador retirado, estás a pôr o mostrador e ponteiros para baixo, ficando o peso do relógio em cima deles, certo? Não tens medo de estragar? Ou está-me a escapar alguma coisa? 

Sim, as minhas fontes são leilões, antiquários e alguns vendedores particulares em toda a Europa.

Para sabermos qual o país de onde o relógio é oriundo não é muito difícil. Nesta altura, segunda metade do século XVIII primeirta do século XIX, os grandes fabricantesde relógios eram Ingleses, Franceses e Suiços. No caso de acesso ao enrolamento da corda os ingleses faziam-no pelo verso, os franceses e Suiços pelo mostrador. No caso dos franceses e suíços, utilizavam dois parafusos para fixar o galo à platina, os Ingleses só usavam um. Neste caso, o facto de o acesso ao enrolador da mola ser feito pelo mostrador, leva-nos logo à conclusão que é um relógio ou francês ou suiço, mas os Suiços nesta altura, início do século XIX, eram mais perfeitos na execução dos mecanismos e tinham mais cuidado e perfeição na decoraçáo das platinas. Pesando tudo isto, chegamos à conclusão que é um relógio suiço. A idade, para quem estuda estes relógios e as épocas em que são feitos, chega-se à conclusão que o início do século XIX é caracterizado por uma fase intermédia em que os mecanismos já não são tão grandes e pesados, tipo onion (cebolas) de todo o séc. XVIII e estão numa fase de transição para os mecanismos que abandonam o fuso e adoptam o tambor para reserva da força motriz que alimenta o relógio, abandonando igualmente as platinas completas que fecham o mecanismo e são substituídas por várias pontes, tipicos de relógios que começam a surgir por volta de 1840.

O ponteiro que está na platina é para regular a velocidade do módulo regulador do relógio, tanto que pode-se vêr de um lado "Avance" e do outro "Retard".

Para evitar o manuseio destes relógios e evitar algum acidente devido à sua idade, normalmente para o catalogar e inserir na aplicação que gere a colecção, e também para os divulgar, tento sempre aproveitar as fotos que os vendedores (leiloeiras, antiquários ou mesmo particulares) lhes tiram para as divulgar, caso elas sejam de muito boa qualidade.

Espero ter esclarecido todas as tuas dúvidas.

Parabéns @floijdt pela compra de mais esta pequena maravilha ,,,,.

Bem e já que estamos em maré de perguntas há uma coisa que me intriga é a questão da maioria serem sempre de Ouro ! È mesmo por gosto ou tem algum motivo especial ? 

Obrigado por mais esta lição @floijdt.

Como sou um tipo curioso reparei nos punções de contrastaria e fui investigar. Aparentemente a caixa é francesa, sendo as marcas consistentes com a tua datação (1809-1819) e o material utilizado.


Quanto ao fabricante, o logótipo num losango não deixa deixa dúvidas que seja francês. O pior é o resto. Parece-me ver um "P" e um "S" e qualquer coisa em cima. Um pássaro, talvez? Quando puderes (e se estiveres interessado, claro está) deixa aqui umas fotografias mais nítidas das marcas que eu tento escavar mais um bocado.

Normalmente, os fabricantes não iam colocar um grande mecanismo numa caixa de bronze ou níquel. Como o meu enfoque actual na coleção é obter exemplares diferentes, peças únicas e de grande qualidade, principalmente ao nível da máquina logo, por consequência, as caixas que os comportam têm que estar condizentes com a qualidade da máquina.

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Foi o melhor que consegui.

Que mais haverá a dizer? Já está tudo dito!

Mais um relógio ESPECTACULAR do colega @floijdt.
Mais um relógio ímpar, nunca tinha visto um "open heart" tão antigo .

Uma delícia .


P.s.: quando digo "mais um relógio" não é num tão sarcástico ou depreciativo, mas antes em tom de inveja/admiração .

floijdt escreveu:

JPP escreveu:É de facto uma maravilha @floijdt! Muito belo! Parabéns por mais essa aquisição! Qualquer dia abres um museu e lá vamos nós todos em romaria visitá-lo! 

Mas onde raio encontras tu essas peças? Bom, só pode ser nos leilões e casas de antiguidades, certo? 

Satisfaz-me três curiosidades, pf:

- Como sabes que é desses anos em concreto, ou seja, qual o indício, para além dos materiais e do ar do relógio? É o movimento que te dá essa indicação?

- Aquela agulha no movimento, tão grande, é a regulação do relógio, certo? Porquê tão grande amplitude? Não é usual!

- Ao fotografares o relógio aberto, com o movimento para cima e com o vidro do mostrador retirado, estás a pôr o mostrador e ponteiros para baixo, ficando o peso do relógio em cima deles, certo? Não tens medo de estragar? Ou está-me a escapar alguma coisa? 

Sim, as minhas fontes são leilões, antiquários e alguns vendedores particulares em toda a Europa.

Para sabermos qual o país de onde o relógio é oriundo não é muito difícil. Nesta altura, segunda metade do século XVIII primeirta do século XIX, os grandes fabricantesde relógios eram Ingleses, Franceses e Suiços. No caso de acesso ao enrolamento da corda os ingleses faziam-no pelo verso, os franceses e Suiços pelo mostrador. No caso dos franceses e suíços, utilizavam dois parafusos para fixar o galo à platina, os Ingleses só usavam um. Neste caso, o facto de o acesso ao enrolador da mola ser feito pelo mostrador, leva-nos logo à conclusão que é um relógio ou francês ou suiço, mas os Suiços nesta altura, início do século XIX, eram mais perfeitos na execução dos mecanismos e tinham mais cuidado e perfeição na decoraçáo das platinas. Pesando tudo isto, chegamos à conclusão que é um relógio suiço. A idade, para quem estuda estes relógios e as épocas em que são feitos, chega-se à conclusão que o início do século XIX é caracterizado por uma fase intermédia em que os mecanismos já não são tão grandes e pesados, tipo onion (cebolas) de todo o séc. XVIII e estão numa fase de transição para os mecanismos que abandonam o fuso e adoptam o tambor para reserva da força motriz que alimenta o relógio, abandonando igualmente as platinas completas que fecham o mecanismo e são substituídas por várias pontes, tipicos de relógios que começam a surgir por volta de 1840.

O ponteiro que está na platina é para regular a velocidade do módulo regulador do relógio, tanto que pode-se vêr de um lado "Avance" e do outro "Retard".

Para evitar o manuseio destes relógios e evitar algum acidente devido à sua idade, normalmente para o catalogar e inserir na aplicação que gere a colecção, e também para os divulgar, tento sempre aproveitar as fotos que os vendedores (leiloeiras, antiquários ou mesmo particulares) lhes tiram para as divulgar, caso elas sejam de muito boa qualidade.

Espero ter esclarecido todas as tuas dúvidas.

Obrigado pela explicação @floijdt 

Os mecanismos de várias pontes a que te referes são os deste género, certo?



Este é de um que cá tenho em casa, que depois com calma aqui hei-de meter num post autónomo!

O ponteiro na platina, eu sei que é o regulador de velocidade, a minha questão era porque nunca tinha visto um assim, com uma amplitude tão grande, normalmente são assim os que tenho visto:



Por último, estava a brincar com a ideia do museu, claro, mas daí ocorreu-me perguntar-te se nunca equacionaste fazer uma exposição temporária das tuas peças numa galeria, ou algo assim? Com a devida publicidade em revistas como a Espiral do Tempo, entre outros meios, era capaz de ser uma ideia engraçada! 

Exacto.

O relógio que apresentas na foto é um tipico relógio de pontes múltiplas do final do século XIX principios do século XX com escape de cilindro.

Os ponteiros que regulam a velocidade do orgão regulador nos relógios verge são mais proeminentes que os dos relógios de pontes mas do tamanho deste também nunca vi.

A ideia da exposição é interessante, nunca me tinha ocorrido. A minha ideia de exposição de peças de arte é que o objectivo é vender e o meu enfoque não é esse.

floijdt escreveu:
A ideia da exposição é interessante, nunca me tinha ocorrido. A minha ideia de exposição de peças de arte é que o objectivo é vender e o meu enfoque não é esse.

Sim, mas pode ser só mesmo para divulgar, sem vender! Estou convencido que se avançares com uma ideia dessas, terás facilmente o apoio de muita gente e entidades! Claro que dá trabalho ... mas seria bastante interessante!

Ok. Percebi.

Como nunca fiz isso, sabes quais os passos a seguir? 

floijdt escreveu:Ok. Percebi.

Como nunca fiz isso, sabes quais os passos a seguir? 

Às vezes a melhor maneira é contactar a câmara municipal da área de residência e expor a situação, muitas vezes eles apoiam cedendo o espaço e apoio logístico para a montagem da exposição, a parte da segurança neste caso é também muito importante e aí também eles podem ajudar.

Duca749 escreveu:

floijdt escreveu:Ok. Percebi.

Como nunca fiz isso, sabes quais os passos a seguir? 

Às vezes a melhor maneira é contactar a câmara municipal da área de residência e expor a situação, muitas vezes eles apoiam cedendo o espaço e apoio logístico para a montagem da exposição, a parte da segurança neste caso é também muito importante e aí também eles podem ajudar.

Obrigado.  @Duca749.

floijdt escreveu:Ok. Percebi.

Como nunca fiz isso, sabes quais os passos a seguir? 

Outro caminho - que não prejudicaria necessariamente o apontado pelo @Duca749 - seria começar por conversar com o nosso Administrador Lourenço e com a malta do IPR, ou seja, o Nuno Margalha, @Zeitgeber aqui no Fórum! 

Eles ajudariam a passar a coisa para a Espiral do Tempo, para o Anuário de Relógios e Canetas, eventualmente metendo Fernando Correia de Oliveira, que pelo tipo de pessoa interessada que é, acho que seria provável que achasse a ideia interessante, para além de outras pessoas que tais! 

O Museu do Relógio também poderia ser um parceiro interessado em divulgar e até, por exemplo, acolher temporariamente a exposição!

Um ótimo local para ela, e um ótimo parceiro, poderia ser a Fundação Medeiros e Almeida, que tem um edifício (Casa Museu) belíssimo na Rua Rosa Araújo, junto à Av. da Liberdade! Que tem também em exposição permanente uma boa coleção de relógios colecionados pelo fundador (ando para lá ir há muito, mas meteu-se a pandemia e não deu)!

Enfim, são só meras ideias! 

Obrigado,  @JPP.

A ver se começo a estabelecer os contactos.

floijdt escreveu:Obrigado,  @JPP.

A ver se começo a estabelecer os contactos.

@floijdt, lembrei-me ainda de outra coisa: como com certeza sabes, o MR fez há uns dois anos a exposição dos 170 anos da Omega, que contou, essencialmente, com relógios de coleções particulares e para o qual fizeram até um catálogo (que ainda está à venda). Pode ser que eles alinhem em fazer algo parecido com as tuas peças, podendo ser o MR, como já tinha lembrado atrás, um dos pontos da exposição! 

JPP escreveu:

floijdt escreveu:Obrigado,  @JPP.

A ver se começo a estabelecer os contactos.

@floijdt, lembrei-me ainda de outra coisa: como com certeza sabes, o MR fez há uns dois anos a exposição dos 170 anos da Omega, que contou, essencialmente, com relógios de coleções particulares e para o qual fizeram até um catálogo (que ainda está à venda). Pode ser que eles alinhem em fazer algo parecido com as tuas peças, podendo ser o MR, como já tinha lembrado atrás, um dos pontos da exposição! 

Boas @JPP e @floijdt é verdade ,,, O Eugénio é um gajo muito porreiro e de certo que pode ajudar ... 

Se for preciso eu tenho o contacto dele ...

Obrigado pelas dicas e pela ajuda.

É um grande relógio. 

Estes relógios ajudam muito a perceber a evolução da relojoaria. 

Quando à exposição, actualmente, talvez o melhor seja começar por fazer um site com uma explicação de cada um dos relógios. O que mais me incomoda nas exposições é ver muitos relógios sem nenhuma explicação. Apenas os grandes conhecedores tiram algum proveito nessas situações. Fazer uma explicação para cada um dos relógios e depois uma linha de evolução entre todos é um trabalho de investigação demorado. Por isso talvez o melhor seja fazer um site e ir acrescentando os relógios com a apresentação que merecem. Quando estiverem todos devidamente apresentados já fará sentido fazer uma exposição.

Obrigado, Nuno, pelas dicas.

É do meu computador ou as imagens do primeiro post desapareceram!?

Os links já estão de novo activos.