Horolovar - Pêndulo Voador

Os primeiros exemplares foram construídos pela empresa americana New Haven Clock Co., sob o nome de Jerome & Co., tendo sido somente produzidos durante um ano (1884-1885).

 

Um "Pêndulo Voador" original do final do século XIX

Não tinha botão para acertar os ponteiros

Os relógios eram vendidos sobretudo aos donos das relojoarias e das joalharias, que os exponham nas montras como chamarizes para os seus restantes produtos. Poucos exemplares foram vendidos ao público em geral (um possível indicador da falta de fiabilidade dos mesmos?), o que os torna bastante cobiçados entre os coleccionadores americanos.

Após o fracasso comercial da Jerome & Co., ainda houve uma tentativa francesa, igualmente sem sucesso, de relançar a ideia do "pêndulo voador". Um relógio notoriamente de qualidade inferior ao original, mas com uma história ainda mais obscura.

A versão francesa do "pêndulo voador"

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Em 1935 o Dr. Rowell (um conhecido coleccionador americano), que gostava de atribuir alcunhas aos relógios de acordo com as suas personalidades, baptizou-o de "Ignatz", nome de um rato personagem de uma conhecida e popular série cómica de tiras de banda desenhada da época, o "Krazy Kat". Alcunha que pegou e se mantém até aos dias de hoje.

O Ignatz tinha uma tendência para arremessar tijolos

ao pobre gato.

Durante cerca de 80 anos o "Pêndulo Voador" manteve-se afastado dos olhos do mundo, religiosamente guardado pelos coleccionadores e raramente surgindo no mercado. Até que na década de 1960 uma empresa americana, a Horolovar, decidiu comercializar uma reinterpretação (réplica) do "mitológico" relógio, para gáudio de coleccionadores de bolsos curtos.

Entre 1965 e 1975, a Horolovar efectou diversas encomendas a vários fabricantes da Alemanha Ocidental para a construção dos insólitos mecanismos, que eram depois enviados para a América onde os relógios eram montados na sede da empresa em Bronxville, Nova Iorque.



Embora a réplica seja esteticamente bonita, não se deixem enganar. No lugar de madeiras nobre ou exóticas e das aplicações em metal sólido, temos madeira barata a imitar mogno e uns pormenores em chapa dourada.

Se aparentemente o relógio original não era reconhecido pela sua fiabilidade, a sua reinterpretação moderna ainda consegue ser pior. Ao ponto de a própria Horolovar afirmar que quem for capaz de manter o relógio a funcionar com um desvio de apenas 10 min. por dia deveria ser nomeado para um prémio.

Este tipo de mecanismo de escape é muito susceptível às perturbações externas, para além das evidentes falhas de concepção.

O relógio só tem corda para funcionar 30h e à medida que vai perdendo a corda a velocidade com que o pêndulo gira vai diminuindo, fazendo com que o fio não enrole na vara em todas as passagens, o que obviamente se traduz num adiantamento do relógio. A somar a isto tudo temos o problema da regulação do pêndulo. Mover a bola na vertical (nem que seja só uns milímetros) tem um grande impacto no desempenho do relógio.

Sem ter gasto muito tempo, nem preocupação com ele, o meu está a funcionar com um adiantamento de 3h num dia. Mas apesar disso desempenha na perfeição a sua principal função, a de ser um chamariz e desbloqueador de conversa. Tendo feito grande sucesso entre as visitas .

Não consegui colocar o meu vídeo no fórum, por isso deixo ficar um link do Youtube.