Muitos relógios, ou poucos mas especiais?

É isso. Visto que anda alguma conversa sobre 'preços' e etc por cá, decidi abordar uma questão que costumo ponderar de vez em quando, e que julgo já foi mencionada uma ou outra vez por aqui.

Em suma: Preferiam poder comprar vários relógios mais acessíveis por diversas razões, ou menos relógios mas mais especiais e, mais provavelmente, mais caros?
Exemplo básico: 10 relógios antigos em estado razoável vs. 1 bom vintage em bom estado, ou 10 relógios 'baratos' novos vs. 1 relógio caro.

É obviamente uma questão que depende do poder de compra e de preferencia de cada um, mas falando de uma forma geral acho que se enquadra também numa visão de 'colecionismo' de cada um.

Que tal?

m84 escreveu:Que tal?

Bom tópico e excelente questão @m84...

A minha resposta é imediata; Muitos e todos 'especiais'!  
Não sendo tal possível; Todos os 'especiais' que puder… claro!  

Já agora e porque lançaste a questão, qual é a tua posição e o porquê dela?

Um abraço!

Pano para mangas @m84.

Mas partilho em absoluto as "máximas" do @Antiqvarivm, com uma tónica no termo "especial".

Todos nós temos uma relação afectiva com os nossos relógios e, à luz de cada um, eles são especiais por algum motivo. Já aqui falámos dos relógios que marcam uma qualquer etapa na nossa vida, mas cada um de nós tem a sua relação "especial" com determinada marca, modelo, tipo ou origem. É esta questão pessoal que acaba por definir os muitos ou poucos relógios na nossa colecção.

No meu caso, devo ser, como o nosso Presidente, uma pessoa de afectos, já que a colecção não acaba de crescer e acho eles (quase todos) especiais.

É realmente uma questão pertinente e que vejo debatida com frequência noutros fóruns de relógios. Já li opiniões muito diversas: uns dizem que o ideal é ter dois relógios, e outros dizem que só conseguiram parar nos 50   Tem mesmo a ver com a forma como se encara a coleção - há mil e uma formas de colecionar.

Consigo perceber as duas formas de encarar a questão. Pessoalmente, prefiro ter "q.b" e "o mais especiais possível", embora estas coisas sejam subjetivas. Tenho já um número considerável de relógios e, salvo um ou dois, não pretendo vender nunca nenhum deles. Gosto de todos eles e uso-os todos também de acordo com a situação - uns mais do que outros, claro.

Claro que, em termos de significado pessoal, apenas uns três são realmente importantes, porque foram herdados e/ou têm histórias pessoais associadas.

Já em termos "objetivos", ou seja, daquilo que realmente preciso para o dia a dia, provavelmente conseguiria reduzir a coleção ao Seiko SARB035 (o relógio mais versátil que tenho e serve para quase todas as ocasiões do dia-a-dia) e a um dos "Diver's" como beater para o treino/praia/etc.

Portanto, dois relógios chegariam perfeitamente. Mas já não o conseguiria fazer porque gosto demasiado deste hobby. Essa redução implicaria ser racional e isto dos relógios tem pouco de racional, e é por isso que é interessante. Se fosse um hobby racional, provavelmente todos teríamos só um Casio digital de 20 euros para ver as horas, ou nem teríamos relógio nenhum e veríamos as horas no telemóvel.

PS: seria interessante saber se alguém aqui no fórum tem apenas 1 ou 2 relógios - pelo que vou vendo, a maioria de nós tem vários ou muitos.

Tempus fugit escreveu:...partilho em absoluto as "máximas" do @Antiqvarivm, com uma tónica no termo "especial".

No meu caso, devo ser, como o nosso Presidente, uma pessoa de afectos, já que a colecção não acaba de crescer e acho eles (quase todos) especiais.

Obrigado @Tempus fugit.

Nem todos os relógios que tenho, nem assim podia ser… são 'igualmente especiais', mas todos os que fazem parte da 'Família' são-me 'especiais' e nisso sou como o nosso Presidente e o @Tempus fugit!

nmfl escreveu:Se fosse um hobby racional, provavelmente todos teríamos só um Casio digital de 20 euros para ver as horas, ou nem teríamos relógio nenhum e veríamos as horas no telemóvel.

PS: seria interessante saber se alguém aqui no fórum tem apenas 1 ou 2 relógios - pelo que vou vendo, a maioria de nós tem vários ou muitos.

Concordo @nmfl... e completo assim; Isto dos Relógios é Paixão para uns, é uma Loucura para outros e para mim é algo como "Amor é um fogo que arde sem se ver..."   

Eu só tenho um relógio… no pulso    

Topico interessante  

Eu concordo com todos,mas é sempre uma questão pessoal...

No meu caso,começou com a redescoberta dos meus Cauny's de miudo,que me abriu as portas para este universo de interesse.

O problema é que já tendo outros interesses e mais aintigos com a respectiva questão de possuir coisas e custos, este interesse pela relojoaria veio por-me numa situação desconfortável no que toca à quantidade....

Por norma sempre fui uma pessoa pouco consumista o que poderia querer significar de pouco materialista,mas que eu considero ser uma espécie de materialismo diferente....

Normalmente associamos o materialismo  à quantidade exagerada de objectos que alguem pode ter de um certo tipo.

  Ao tipo que usa o mesmo objecto anos a fio,chamamos de poupadinho,forreta,etc....

Portanto quase o oposto do materalista que tem isto e aquilo,mas ainda quer mais aquilo e precisa de absolutamente ter mais qualquer coisa...

No meu caso,eu sempre tive tendencia para me apegar ás coisas,no que considero ser tambem uma forma de matrialismo.

   Custa-me ter de mudar esferografica,de carteira, telemovel,daqueles ténis ou daquelas luvas,etc,etc...

Lembro-me de trabalhar num hospital no serviço de Armazem/Aprovisionamento e andar com o mesmo X-acto,mesmo depois de partido,colado com fita adesiva e com as lamina no fim... E quando não sabia dele,em vez de ir buscar outro qualquer e novo,perdia imenso tempo a procura do meu X-acto!

Antes de olhar para os relogios de outra forma,usava os meus Casios até os danificar acidentalmente ou estragarem-se por esta ou aquela razão.

Era sempre uma chatiçe ter de comprar um relógio novo....    Ia quase que contrariado comprar outro,assim como hoje em dia  acontece quando preciso trocar de telemovel....

Mas quando me comecei a interesar por relogios e o interesse recaíu logo pelos antigos ou vintage,esqueci-me um pouco disso e comecei por ter 2 e depois 5 e depois 7 e depois 10 e depois 15 e acho que devo ter andado perto dos 20 e qualquer coisa....

Tambem fui passando por várias fases de interesses....  Cauny's,Orient,Seiko,Cronógrafos,marcas de quase luxo,tipo Omega,Zenith,Vulcain,skin divers de marcas obscuras e mais recentemente Divers mais a sério....

E um dia acordei a achar quer não era capaz de "viver" com tantos relógios e fazia-me impressão tudo aquilo...     Afinal não os podemos ter todos,mesmo que se escolha um tema,marca,tipo de relógio em especial....

A partir desse momento,comecei a desfazer-me deles a pouco  e pouco,muitas vezes com trocas desfavoráveis,mas sentia-me aliviado,porque ia reduzindo o stock.

Hoje tenho poucos e até os sei de cor....  

Não digo que não goste deles todos,mas acho que no futuro ainda terei menos....

Custa-me não os poder usar todos ao mesmo tempo  

A coisa piorou desde a altura que me deixei atrair para a onda de Kanagawa....

Não digo que tenha terminado o meu percurso,porque se por um lado me deixei apaixonar pelos Divers da Seiko e Japoneses em geral,por outro,tem sido um amor não muito bem correspondido e na verdade gostava de encontrar um amor sólido Suiço,que passaria por ser um Diver e que seria para um relacionamento sério e duradouro e para todas as ocasiões...

O problema é que ainda não consegui encontrar esse amor  

Excelente tópico com excelentes opiniões....
Quase todos os relógios que tenho, são especiais para mim e sublinho, para mim, pois é a mim que eles pertencem e, para já, não está nos meus objectivos «desfazer-me» deles.
Eventualmente um ou outro, pelo peso da marca que enverga, poderão ser «mais especiais»...mas só porque terão maior valor monetário, pois valor «afetivo», até poderão ter menos do que um ou outro de uma marca mais «rasca»......

(Cheira-me que este tópico vem na sequência do meu comentário )

Pessoalmente, sou dos raros casos que têm apenas dois relógios a uso: O Junkers que recebi há 7 anos, e o Seiko Mini Turtle, comprado este ano.

Para mim, ter uma grande coleção do que quer que seja faz-me muita confusão, porque estimo realmente as coisas que tenho e gosto de as usar diariamente - não gosto de ter peças paradas nem que use só uma vez por ano - até a nível da fotografia acabei por vender grande parte do material que tinha, por não lhe dar uso suficiente (que infelizmente acabam por avariar e ganhar fungos por falta de uso, não sei se o mesmo se passa com os relógios).

No entanto, a tentação para comprar mais e mais é muito forte, especialmente estando sempre rodeados de fotos de relógios nos fóruns e Instagram! Mas realmente prefiro "ceder à tentação", e tentar poupar até ter aquele relógio que realmente quero em vez acumular relógios que vou vendo aqui e ali e que me parecem porreiros para ter.

Atenção, não quero ofender nenhum dos colecionadores daqui do fórum - antes pelo contrário, tenho muito respeito!

@brunopcandeias creio que não ofendes ninguém com a tua perspetiva, é perfeitamente válida, e lá está, há muitas formas de encarar este hobby, nenhuma é mais certa do que a outra

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Creio que uma questão relevante é a questão do valor das peças.

Pessoalmente gosto de ter muitos relógios (e também muitas pulseiras, o que faz com que pareça que tenho ainda mais relógios) e vejo muitas vezes a associação entre "dispendioso" e "especial" . Leio muitas vezes a recomendação de que quem tem muitos relógios deveria vendê-los e comprar apenas 1 ou 2 realmente "especiais", querendo com isto dizer-se "caros".

Ora, pessoalmente não encaro as coisas assim. O meu Casio custou-me 12 euros e é bastante especial para mim, por me recordar do meu primeiro relógio quando era miúdo. Muitos colegas certamente terão tido também "aquele" Casio digital nos anos 80/90, e sabem o fascínio que aquele LED exercia em nós.

O meu Cauny não me custou nada (foi herdado do meu avô), é um relógio que talvez valha 40 euros, se tanto, e é o mais "especial" que tenho na coleção. Também tenho um Omega relativamente barato que nunca venderia, porque era do meu pai.

Adoro o Seiko 5 que tenho pulso neste momento e não o venderia, simplesmente fica-me a matar no pulso e é uma peça icónica que dá gosto usar, uma maravilha da qualidade/preço.

Creio que dá para perceber a ideia: por mais que adorasse ter um Speedmaster - e um dia espero vir a tê-lo - nunca conseguiria prescindir de todos os relógios que tenho só para comprá-lo. Mas leio muitas opiniões que vão no outro sentido: de que os relógios baratos não têm interesse de coleção (talvez sobretudo das pessoas que gostam de associar o relógio ao estatuto sócio-económico)

Felizmente, a relojoaria é muito mais do que os preços das peças, e há muitos relógios icónicos por poucos euros.

De resto, também percebo e concordo que se poupe para comprar "aquela" peça um dia, que é o que pretendo começar a fazer num futuro breve. Só ainda não comprei o "Graal" porque tem sido giro fazer a caminhada da base para o topo

Excelente post @nmfl!

Concordo em absoluto com as ideias que defendes.
Por isso, repito o que disseste e bem, citando-te:

nmfl escreveu:...por mais que adorasse ter um Speedmaster - e um dia espero vir a tê-lo - nunca conseguiria prescindir de todos os relógios que tenho só para comprá-lo. Mas leio muitas opiniões que vão no outro sentido: de que os relógios baratos não têm interesse de coleção (talvez sobretudo das pessoas que gostam de associar o relógio ao estatuto sócio-económico)

Felizmente, a relojoaria é muito mais do que os preços das peças, e há muitos relógios icónicos por poucos euros.

Um abraço!

Atenção que apenas expliquei a minha perspetiva - percebo perfeitamente quem prefere ter 1 ou 2 relógios. Mais uma vez, tudo isto é uma questão essencialmente pessoal e não há "certo ou errado".

nmfl escreveu:Só ainda não comprei o "Graal" porque tem sido giro fazer a caminhada da base para o topo

É isto!

nmfl escreveu: Atenção que apenas expliquei a minha perspetiva - percebo perfeitamente quem prefere ter 1 ou 2 relógios. Mais uma vez, tudo isto é uma questão essencialmente pessoal e não há "certo ou errado".

Correcto, aliás… correctíssimo!

Subscrevo igualmente.