O meu relógio tem uma história

A propósito de um outro tópico e de um post do user André Afonso, surgiu-me a ideia deste tópico.
Um tópico onde vamos mostrar um relógio ( preferencialmente muitos ) da nossa coleção e que tenha associado a ele uma história. Ou porque foi presente especial, ou porque foi encontrado em circunstâncias especiais, ou porque teve um restauro que o tirou do anonimato....ou porque....deixo as razões à imaginação de cada um.
O que se pretendem são imagens de relógios...

Vou então começar por um relógio com uma história muito peculiar. Compreio-o a um vendedor que se queria desfazer dele com alguma urgência e, por isso mesmo me fez um desconto considerável.
Estava assim:

Depois de restaurado, ficou assim:


Por razões alheias à minha vontade, não está comigo. Se por ventura o virem por aí....avisem-me.

Bonito @Sansoni7!

...mas que lhe aconteceu?

Anda em mãos alheias......

Mais ninguém tem histórias para contar? Então aqui vou eu contar a história de um relógio que possuo. Isto não é bem uma história é mais um facto familiar.
O meu pai faleceu quando eu tinha 6 anos, desde essa altura os relógios que ele possuía ficaram guardados numa gaveta. Quando comecei a interessar-me novamente por relógios a minha mãe foi a procura deles para me mostrar (nunca os tinha visto até então). Assim que agarrei nele, ligeiro movimento de pulso e o ponteiro dos segundos arrancou... quase 30 anos depois estava a trabalhar outra vez.
Levei a um relojoeiro local que trocou o vidro e fez uma pequena revisão. Hoje é o meu relógio dos sábados, não é nada de especial mas pela história é um relógio pelo qual obviamente nutro muito carinho.

Os meus relógios com história:
O Cauny em Perlon e o Cauny com máquina Landeron foram, respectivamente, do meu avô e do meu pai. O Landeron levou-me à escola todos os dias na Primária e mais alguns no Ciclo. O Submarine já foi vendido e foi adquirido no OLX mas não tem história pessoal. Conto juntar a estes o relógio do meu tio-avô (cujo nome também herdei), um Hertig (Certina) com uma KF330 que está a ser restaurado e também um relógio bom que pretendo que seja passado de geração em geração:

André Afonso escreveu:Mais ninguém tem histórias para contar? Então aqui vou eu contar a história de um relógio que possuo. Isto não é bem uma história é mais um facto familiar.
O meu pai faleceu quando eu tinha 6 anos, desde essa altura os relógios que ele possuía ficaram guardados numa gaveta. Quando comecei a interessar-me novamente por relógios a minha mãe foi a procura deles para me mostrar (nunca os tinha visto até então). Assim que agarrei nele, ligeiro movimento de pulso e o ponteiro dos segundos arrancou... quase 30 anos depois estava a trabalhar outra vez.
Levei a um relojoeiro local que trocou o vidro e fez uma pequena revisão. Hoje é o meu relógio dos sábados, não é nada de especial mas pela história é um relógio pelo qual obviamente nutro muito carinho.

André Afonso escreveu:Mais ninguém tem histórias para contar? Então aqui vou eu contar a história de um relógio que possuo. Isto não é bem uma história é mais um facto familiar.
O meu pai faleceu quando eu tinha 6 anos, desde essa altura os relógios que ele possuía ficaram guardados numa gaveta. Quando comecei a interessar-me novamente por relógios a minha mãe foi a procura deles para me mostrar (nunca os tinha visto até então). Assim que agarrei nele, ligeiro movimento de pulso e o ponteiro dos segundos arrancou... quase 30 anos depois estava a trabalhar outra vez.
Levei a um relojoeiro local que trocou o vidro e fez uma pequena revisão. Hoje é o meu relógio dos sábados, não é nada de especial mas pela história é um relógio pelo qual obviamente nutro muito carinho.

E olha que é bem bonito..... E muito especial, certamente.

Cuica, esse Hertig é um must.
Parabéns.

Bem o meu não tem historia mas é um belo pedaço de historia
Andava a remexer numas gavetas e encontrei o meu primeiro relógio, prenda quando fiz 5 ou 6 anos, já não me recordo bem.Umas voltinhas na coroa e ele ai vai
Um clássico da Timex, desta vez com o pato Donald mas também os há com o Mickey
Deve ter á volta de 40 anos.

Shiver escreveu:Bem o meu não tem historia mas é um belo pedaço de historia
Andava a remexer numas gavetas e encontrei o meu primeiro relógio, prenda quando fiz 5 ou 6 anos, já não me recordo bem.Umas voltinhas na coroa e ele ai vai
Um clássico da Timex, desta vez com o pato Donald mas também os há com o Mickey
Deve ter á volta de 40 anos.

No pulso de um puto de 5 anos aposto que se esse relógio falasse tinha boas histórias. É um relógio simples mas eu gosto muito desses Timex, são assim geeks, ficam bem com os meus óculos de massa pretos, fica só a faltar a fita cola na haste

Sansoni7 escreveu:A propósito de um outro tópico e de um post do user André Afonso, surgiu-me a ideia deste tópico.
Um tópico onde vamos mostrar um relógio ( preferencialmente muitos ) da nossa coleção e que tenha associado a ele uma história. Ou porque foi presente especial, ou porque foi encontrado em circunstâncias especiais, ou porque teve um restauro que o tirou do anonimato....ou porque....deixo as razões à imaginação de cada um.
O que se pretendem são imagens de relógios...

Vou então começar por um relógio com uma história muito peculiar. Compreio-o a um vendedor que se queria desfazer dele com alguma urgência e, por isso mesmo me fez um desconto considerável.
Estava assim:

Depois de restaurado, ficou assim:


Por razões alheias à minha vontade, não está comigo. Se por ventura o virem por aí....avisem-me.

Pois, espero que quem o desviou tenha umas valentes azias só de olhar.
PS; Por favor, faço um apelo, se o virem por aí informem. Obrigado

André Afonso escreveu:Mais ninguém tem histórias para contar? Então aqui vou eu contar a história de um relógio que possuo. Isto não é bem uma história é mais um facto familiar.
O meu pai faleceu quando eu tinha 6 anos, desde essa altura os relógios que ele possuía ficaram guardados numa gaveta. Quando comecei a interessar-me novamente por relógios a minha mãe foi a procura deles para me mostrar (nunca os tinha visto até então). Assim que agarrei nele, ligeiro movimento de pulso e o ponteiro dos segundos arrancou... quase 30 anos depois estava a trabalhar outra vez.
Levei a um relojoeiro local que trocou o vidro e fez uma pequena revisão. Hoje é o meu relógio dos sábados, não é nada de especial mas pela história é um relógio pelo qual obviamente nutro muito carinho.

Não poderia estar em melhores mãos...

Girão escreveu:

Sansoni7 escreveu:A propósito de um outro tópico e de um post do user André Afonso, surgiu-me a ideia deste tópico.
Um tópico onde vamos mostrar um relógio ( preferencialmente muitos ) da nossa coleção e que tenha associado a ele uma história. Ou porque foi presente especial, ou porque foi encontrado em circunstâncias especiais, ou porque teve um restauro que o tirou do anonimato....ou porque....deixo as razões à imaginação de cada um.
O que se pretendem são imagens de relógios...

Vou então começar por um relógio com uma história muito peculiar. Compreio-o a um vendedor que se queria desfazer dele com alguma urgência e, por isso mesmo me fez um desconto considerável.
Estava assim:

Depois de restaurado, ficou assim:


Por razões alheias à minha vontade, não está comigo. Se por ventura o virem por aí....avisem-me.

Pois, espero que quem o desviou tenha umas valentes azias só de olhar.
PS; Por favor, faço um apelo, se o virem por aí informem. Obrigado

Azias parece-me pouco para a saúde de quem tem 'maos ligeiras'...

Parabéns à iniciativa do tópico
Acho que todos nós temos algo para contar.
Há relógios com grande história, e também que toca à parte emocional.

Tive um irmão mais velho 5 anos... Num determinado tempo, talvez em 1970 + ou - , meu Pai ofereceu a este, um Omega chronostop, mostrador verde.
Na altura eu achava o relógio "banal"... Era um relógio.
Eu também tive direito a um, mas mais modesto/barato e ainda bem, pois com brincadeiras num dos vários jardins da cidade onde morava e nasci, houve um africano que me pediu para o tirar, para "não estragar"... Pronto! era uma vez um relógio.

Em 1975 com a "ponte aérea" de Angola para Portugal, vários rapazes reuniram-se para uma despedida, breve iriam se "desencontrar"... à saída do cinema Ruacaná de Nova Lisboa, foram interceptados e posteriormente abatidos. Neste grupo estava o meu irmão.
No meio daquela carnificina, os militantes da Unita, ainda furtaram, fios de ouro, relógios, etc. Até as botas do meu Irmão foram-Lhe tiradas.

Em Portugal e quando eu comecei verdadeiramente a me interessar por relógios, decidi que iria adquirir um item igual ao do meu Irmão. Algum tempo depois consegui.
Aqui está ele.


Cumprimentos a Todos

Girão escreveu:Parabéns à iniciativa do tópico
Acho que todos nós temos algo para contar.
Há relógios com grande história, e também que toca à parte emocional.

Tive um irmão mais velho 5 anos... Num determinado tempo, talvez em 1970 + ou - , meu Pai ofereceu a este, um Omega chronostop, mostrador verde.
Na altura eu achava o relógio "banal"... Era um relógio.
Eu também tive direito a um, mas mais modesto/barato e ainda bem, pois com brincadeiras num dos vários jardins da cidade onde morava e nasci, houve um africano que me pediu para o tirar, para "não estragar"... Pronto! era uma vez um relógio.

Em 1975 com a "ponte aérea" de Angola para Portugal, vários rapazes reuniram-se para uma despedida, breve iriam se "desencontrar"... à saída do cinema Ruacaná de Nova Lisboa, foram interceptados e posteriormente abatidos. Neste grupo estava o meu irmão.
No meio daquela carnificina, os militantes da Unita, ainda furtaram, fios de ouro, relógios, etc. Até as botas do meu Irmão foram-Lhe tiradas.

Em Portugal e quando eu comecei verdadeiramente a me interessar por relógios, decidi que iria adquirir um item igual ao do meu Irmão. Algum tempo depois consegui.
Aqui está ele.


Cumprimentos a Todos

@Girão o que acabou de partilhar é castrante... o meu Pai cumpriu serviço militar nas 'ex'- colónias por mais de 6 anos, pelas tarefas designadas tinha acesso a informação que várias décadas depois ainda não consegue abordar, quanto mais conviver com elas em tranquilidade. Páginas negras da nossa História recente...
Obrigado pela partilha e a certeza de uma das bonitas homenagens que presta ao seu irmão!

Cumps

Antiqvarivm escreveu:

Girão escreveu:Parabéns à iniciativa do tópico
Acho que todos nós temos algo para contar.
Há relógios com grande história, e também que toca à parte emocional.

Tive um irmão mais velho 5 anos... Num determinado tempo, talvez em 1970 + ou - , meu Pai ofereceu a este, um Omega chronostop, mostrador verde.
Na altura eu achava o relógio "banal"... Era um relógio.
Eu também tive direito a um, mas mais modesto/barato e ainda bem, pois com brincadeiras num dos vários jardins da cidade onde morava e nasci, houve um africano que me pediu para o tirar, para "não estragar"... Pronto! era uma vez um relógio.

Em 1975 com a "ponte aérea" de Angola para Portugal, vários rapazes reuniram-se para uma despedida, breve iriam se "desencontrar"... à saída do cinema Ruacaná de Nova Lisboa, foram interceptados e posteriormente abatidos. Neste grupo estava o meu irmão.
No meio daquela carnificina, os militantes da Unita, ainda furtaram, fios de ouro, relógios, etc. Até as botas do meu Irmão foram-Lhe tiradas.

Em Portugal e quando eu comecei verdadeiramente a me interessar por relógios, decidi que iria adquirir um item igual ao do meu Irmão. Algum tempo depois consegui.
Aqui está ele.


Cumprimentos a Todos

@Girão o que acabou de partilhar é castrante... o meu Pai cumpriu serviço militar nas 'ex'- colónias por mais de 6 anos, pelas tarefas designadas tinha acesso a informação que várias décadas depois ainda não consegue abordar, quanto mais conviver com elas em tranquilidade. Páginas negras da nossa História recente...
Obrigado pela partilha e a certeza de uma das bonitas homenagens que presta ao seu irmão!

Cumps

Sim, para muitos militares não foi fácil, os que faleceram, terminou de uma vez por todas, para os que sobreviveram e que passaram mal nas matas, será para muitos doloroso recordar.
Conheci e conheço vários, recordo-me de um Sr. que ia para a rua, tirava a camisa para "exibir" os golpes de catana e punha-se a falar alto, tanto que espumava da boca e só parava de "gritar" quando já não aguentava mais e caía.

Anos depois, já em Portugal, Sintra, quis o destino que voltasse a encontrar este Sr. de profissão bate-chapas... Em determinadas alturas, acontecia que ele se "manifestava" da mesma forma.
Já falecido, PAZ à Sua Alma.

Muito obrigado Antiqvarivm

Ainda no outro dia estive a esmiuçar o tópico dos relógios militares, e da possivel presença das peças em combate. ou seja estive de volta do lado romântico da questão. Esquecendo por completo que a guerra só tem um lado. O negro.....
Gosto de relógios militares, de objectos bélicos e tudo relacionado, mas... porque nunca vivi nem fui militar..... Quem esteve, quem foi ...... terá um opinião bem diferente.

Bonita homenagem e um relógio lindo.

Obrigado pela solidariedade e obrigado também pela partilha destas histórias.
____________
A minha solidariedade a quem teve estas enormes perdas e parabéns por terem conseguido os seus objectivos.

Cerca de cinco anos após «contingências da vida», quando rebuscava um armário com pertences da minha mãe...encontrei-o!
Estava com marcas do tempo, mas, mal lhe dei corda, recomeçou a trabalhar; estaria parado há mais de 15 anos...certamente.
Dei-lhe uma lavadela com uma escova e guardei-o tal e qual como o encontrei.
Foi o relógio da minha mãe...e hoje é mais um dos «presentes» que ela me deixou.

Girão escreveu:Parabéns à iniciativa do tópico
Acho que todos nós temos algo para contar.
Há relógios com grande história, e também que toca à parte emocional.

Tive um irmão mais velho 5 anos... Num determinado tempo, talvez em 1970 + ou - , meu Pai ofereceu a este, um Omega chronostop, mostrador verde.
Na altura eu achava o relógio "banal"... Era um relógio.
Eu também tive direito a um, mas mais modesto/barato e ainda bem, pois com brincadeiras num dos vários jardins da cidade onde morava e nasci, houve um africano que me pediu para o tirar, para "não estragar"... Pronto! era uma vez um relógio.

Em 1975 com a "ponte aérea" de Angola para Portugal, vários rapazes reuniram-se para uma despedida, breve iriam se "desencontrar"... à saída do cinema Ruacaná de Nova Lisboa, foram interceptados e posteriormente abatidos. Neste grupo estava o meu irmão.
No meio daquela carnificina, os militantes da Unita, ainda furtaram, fios de ouro, relógios, etc. Até as botas do meu Irmão foram-Lhe tiradas.


Em Portugal e quando eu comecei verdadeiramente a me interessar por relógios, decidi que iria adquirir um item igual ao do meu Irmão. Algum tempo depois consegui.
Aqui está ele.


Cumprimentos a Todos

Impressionante...
Obrigado pela partilha.
Cumprimentos

Mais uma história; a história do meu Batan.
Este relógio foi resgatado do lixo por 12.50 Euros. Estava assim e o amigo Girão e bem, «torcia o nariz» ao negócio.

Como eu, na altura gostava de «do velho fazer novo», insisti no restauro.
Surgiram alguns problemas logísticos, nomeadamente no mostrador e nos ponteiros onde os «banhos« não «agarravam».
Depois de algumas horas de trabalho, paciência e muita dedicação, ficou, como já devem ter visto, assim:

Creio que o mecanismo deste relógio,( A. Shild 1519 do ano de 1955) era utilizado para a construção de relógios de bolso, daí o seu diâmetro «generoso».
No meu pulso fica assim:

____
E agora venham daí mais das vossas histórias com relógios.

Sim este relógio, mesmo que sendo um relógio «banal», também tem uma história.
Uma história simples como são as histórias entre pais e filhos. Sabendo do meu gosto por relógios Made in URSS e mesmo «nada percebendo do assunto», o meu filho mais velho fez questão de me oferecer este Salva electrónico:

Outro relógio que terá uma história para contar...



A visita foi a uma ex-Colónia, creio que Angola e o relógio terá sido oferecido a um/a prof./a.

Sansoni7 escreveu:Outro relógio que terá uma história para contar...



A visita foi a uma ex-Colónia, creio que Angola e o relógio terá sido oferecido a um/a prof./a.

Uma verdadeira peça de História